
Stephanie Borges Gomes, 23 anos, moradora do Rancho Alegre, e seu filho, Lucca Matias.
Mãe aos 20, se separou do pai do Lucca Matias quando ele tinha 1 ano e 6 meses. Decidiu voltar a morar com a mãe, e, com o salário que ganha pôde contribuir para a melhoria da casa que ainda está em processo. No momento, sua mãe está desempregada e Stephanie assume as despesas da casa junto com o padrasto, vigilante de uma obra em frente à casa onde moram.
Apesar das restrições causadas pela pandemia da Covid-19, sua rotina de trabalho não mudou. Como muitas mães, ela faz parte do grupo de serviços essenciais, acorda às 5:00 para às 6:10 atravessar o rio Capivara andando 0,5km e caminhar mais um pouco até o trabalho. O Lucca fica em casa aos cuidados da avó e mesmo a mãe saindo cedo, sempre acorda para levá-la até parte do caminho. Após a separação ele ficou mais apegado a mãe, o pai só fica com ele às vezes, e nos finais de semana. A rede de apoio formada pela família tem sido essencial para seguir trabalhando.

"Quase sempre meu filho chora pedindo pra eu não ir trabalhar, porém, com a separação se eu não trabalhar falta as coisas dele. Vou todos os dias com o coração partido."



"Sou açougueira, porém, com muito que aprender ainda. Um dos maiores desafios pra mim, por ser mulher trabalhando nessa área."


Nos dias de folga, como não pode ir para Salvador visitar os amigos e outros familiares, Stephanie e Lucca aproveitam o rio. Para ele, o grande momento de matar a saudade da mãe e estar nas águas, para ela também, mas agradecida pela recarga energética e emocional que a permite seguir os dias com mais leveza.

"Aqui é o meu paraíso, onde recarrego minhas energias porque a vida não é brincadeira. O rio na frente de casa... Matias se acaba, se deixar ele fica o dia todo na água."

